sábado, 9 de julho de 2011

Turquia aos sábados

Eu não sei bem como começar, acho que criei ferrugem, eu sinto tanto calor que estou quase derretendo, é tanta coisa acontecendo que eu quase morro de tédio, não sei bem explicar e talvez esse seja o ponto alto das coisas. Por que tudo teria que ser completamente desvendado? Talvez seja o mistério e os pormenores que tragam encanto pra coisas, não sei, essa é mais uma coisa que eu não sei...
Estar tão longe me traz mais pra dentro de mim, mas ainda bem sem nenhum um único momento de epifania, porque eu não quero por nenhum segundo que seja me perder, afinal quase ninguém no mundo tem esse dom como eu tenho, eu me perco, esqueço os caminhos, me angustio, peço ajuda, até que me acho, e solto um sorriso de mais puro alívio.
Férias como as que estou vivendo é algo realmente único, provavelmente único pra sempre. Porque é um não estar de férias completamente restaurador, um cheiro de amaciante que me inebria, é o mar pertinho de mim pra me fazer sorrir, é uma multidão de pássaros gigantes que voam incansavelmente, é um dormir sem fim e um acordar falando inglês naturalmente...
Cada dia que passa é um dia mais perto de quem eu amo, e um dia a mais de alma levinha, leve como uma pluma, leve como eu não me lembro de sentir... Aqui é como um retiro espiritual, é um tentar não julgar as pessoas incessante, é ser feliz sozinha, mas em excelente companhia.
Todo santo dia vejo uma bandeira vermelha linda e enorme na minha frente, com uma lua e uma estrela... tento imaginar o que ela de fato significa, porque quando eu vejo a minha nos meus chinelos quase novos é um sorriso imediato que eu solto, um sentimento de pertence,  uma alegria muito suave que surge...
Aqui eu me pego imaginando aonde eu vim parar, que loucura é essa que me trouxe aqui, nesse lugar tão lindo, em que as pessoas tomam seus chás quentes compulsivamente debaixo de um Sol de 40 graus, em que elas são tão doces, e às vezes, só de vez em quando, tão bravas, em que eu não entendo uma palavra sequer exceto “perdão” porque é quase igual a nossa...
Hoje o dia foi quase em branco, por isso escrevo, pra preenchê-lo, a comida foi bem americanizada e as bolachas recheadas turcas tomaram conta das horas vagas, quero correr daqui a pouco, mas acho que na verdade vou caminhar porque a calma ta intensa demais dentro de mim...
Já são quase nove horas da noite aqui e o Sol teima em não descansar, ao contrário dele eu pratico essa técnica milenar de não fazer nada com maestria, e é a ela quem vou retornar. Até mais páginas em branco, vocês continuam ternas como sempre.

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