segunda-feira, 4 de maio de 2015

Maio, meu mês lacunar

Sabe-se lá o motivo,  quais os astros resolvem se emparelhar, quais os hormônios  ou neurotransmissores que em cascata se afogam... Sabe-se lá  o porquê.
Tudo conspira pra uma visitação solitária dentro de mim mesma. 
Trinta e um dias, nada convencionais.
Já culpei  o ócio e todos os seus efeitos, já assumi os dias atropelados e os plantões em sequência como os autores. Já senti a mais doce das mansuetudes, mas já desaguei em moinhos de vento.
Perco o apetite, traço novos projetos, planejo as próximas horas e anos, volto atrás, reflito, leio... Um capítulo de um livro e mais um de um terceiro. Pensamentos acelerados e confusos, precisam de um dia corrido pra entrarem na fila e correrem certinho, sinapse por sinapse, sem atropelos, encaixados, fazendo algum sentido, ou deixados de lado, depois de muito me incomodar.
Pesadelos em pleno horário comercial. Lucidez de arder os olhos. Conclusões amargas de engolir. Epifanias evitadas com toda força. A parte boa de tudo isso? Eu e a tela e nossos encontros tidos como casuais, minhas confidências nada secretas, e muito menos claras.
Esclarecimentos, arrependimentos, e vontade nenhuma de voltar atrás. Meus erros ontem, talvez meus pontos fortes amanhã, quem sabe?
Dança descoordenada, do tempo e dos fatos, um par destemido que eu não ouso interromper... Nunca precisou fazer sentido, bastava ser sentido, dentro de mim. 

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