domingo, 8 de dezembro de 2013

Lua poética

Sentimentos à solta, músicas repetidas, palavras guardadas, gestos comedidos... Descaradamente eu me escondo.
Dentro de mim, redemoinhos, chuva de granizo, deságue de tanta coisa guardada a 7 chaves, enterrada a 7 palmos, perdoadas 70 vezes 7 vezes... Dentro de mim gargalhadas e lágrimas se atropelam. Dentro de mim repouso é artigo de luxo.
Olhando pra todo esse interior, contemplando aquilo que é de foro íntimo, percebo o quanto de forma contraditória eu sou fiel ao que sinto... Eu não me engano, eu não me traio.
Dias de solidão, muito bem acompanhados. Sonhos vívidos, esquecidos minutos depois. Desejos fortes, deixados em latência.
É assim que sou, desculpa o incômodo. Essa montanha de trabalho, essa correria toda, essas lágrimas que custo a conter, essas coisas todas vão passar... E se enganam aqueles que acham que com tudo isso passa também a minha juventude... Eu nasci velha, e vou morrer dando meus rodopios e gargalhando alto. Eu vou dançar e colocar meus pés à prova. Vou acordar cedo e dormir tarde, mas nunca vou deixar de tirar meus cochilos.
As regras nunca me deixaram em paz... Transgrido desde minhas mais tenras lembranças... Cursos de etiqueta, aulas de piano, expulsões no plural... Nada pôde me conter, sinto muito, mas não espere que eu preencha o formulário.
Meus esconderijos são óbvios e é muito fácil me achar, minhas metáforas são de fácil dedução, minha água é cristalina...  
Cores, tintas, telas, estórias, planos mirabolantes... Minha Lua é poética, essa sim é a fase que me encanta.



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